postheadericon Doenças crônicas na gravidez são tratadas em Seminário Regional

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Por sua excepcionalidade na geração de uma nova vida, as gestantes tem prioridade no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). E é seguindo essa prerrogativa que a Fundação Municipal de Saúde (FMS) realizou o Seminário Regional sobre Hipertensão, Diabetes e Obesidade na Gestação nesta terça (21/05) no Universidade Salgado Filho, a Universo.


 

Organizado pelo Departamento de Supervisão Técnico e Metodológica (DESUM), o seminário buscou qualificar o conhecimento de profissionais e estudantes sobre como essas doenças crônicas podem afetar no processo de formação do bebê e na saúde da mãe. O recado é para sempre aprimorar o serviço de pré-natal oferecido pela rede.


 

Na manhã, foram convidadas três especialistas para explicar sobre cada tipo de doença crônica relacionada à gestação. A nutricionista Daniela Mendonça tratou da obesidade. Segunda ela, a gestante obesa deve ser acompanhada em todas as etapas no pré-natal para evitar complicações na gravidez.


 

“A vigilância alimentar deve acompanhar essa mãe, sugerindo dietas, indicando exames e mantendo seu Índice de Massa Corpórea (IMC) controlado”, afirmou. Entre alguns dos alimentos recomendados para a dieta das grávidas estão: leite e derivados (cálcio); ovo, abóbora, cenoura, manga e mamão (vitamina A); feijões, lentilha e quiabo (ácido fólico); carnes e vegetais de folha escura (ferro).


 

Tratando sobre hipertensão, a ginecologista Liana Koslinsk do Hospital Universitário Antônio Pedro alertou sobre o maior risco para hipertensas grávidas, que é a eclâmpsia: as convulsões que tornam o parto pré-maturo. “A equipe médica deve estar de prontidão para encaminhar a mulher no momento certo para o parto caso haja descontrole na pressão”, afirmou a doutora.


 

O pré-natal é fundamental para o acompanhamento da gestação com exames laboratoriais que podem apontar qualquer irregularidade na saúde da mãe e do bebê. No caso do diabetes, a mãe precisa do acompanhamento do seu nível de glicose de 1 a 2 semanas, da aplicação das insulinas disponibilizadas pelo SUS e de praticar atividade física.


 

“O exercício ajuda no bem-estar da mãe, no seu controle de peso e também ajuda no trabalho de parto”, afirmou a endocrinologista Valéria Bessa em sua apresentação. Os maiores riscos são o desenvolvimento de uma hiperglicemia que aumenta a produção de insulina do feto ou doença renal (por isso muitas vezes também é necessário o exame de fundo de olho). Com a glicemia controlada, o parto pode até ser normal e depois com a amamentação e redução da dose de insulina, o bebê pode crescer normalmente sem as complicações da doença.


 

Grupos de trabalho


 

Ao retornarem dos grupos de trabalho, os relatores apresentaram as propostas que foram sugeridas pelo conjunto dos participantes. A maioria destacou a importância das ações interdisciplinares, a necessidade de ampliação dos investimentos e a formulação de políticas públicas que possibilitem aos gestores enfrentar os novos desafios.


 

Como última palestra do evento, a terapeuta holística e coordenadora de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICs), Verônica Albuquerque França, relembrou seus 30 anos de experiência profissional na palestra “Vivenciando técnicas de relaxamento e bem-estar na prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs). Doula e massoterapeuta, ela falou como foram os dias de recuperação após ser acometida de Chicungunha há dois anos.  Na ocasião, ela convidou uma participante para demonstrar ao vivo as terapias que utiliza.


 

“A terapia da automassagem que eu ensinava às gestantes eu passei a aplicar em mim mesma. Foram momentos de muita dor e ao mesmo tempo de um profundo processo de autoconhecimento”, relembrou Verônica, informando que atualmente 29 PICs são oferecidas pela Ministério da Saúde (MS), e dentre as quais, destacam-se algumas oferecidas na Rede Pública Municipal de Niterói, como a homeopatia, acupuntura, aromaterapia e shantala para bebês, etc.