postheadericon Vigilância (CIEVS) mobiliza rede para lidar com desastres naturais

 

 

Com o objetivo de implantar em Niterói um protocolo padrão de enfrentamento aos desastres naturais para profissionais de saúde da assistência e vigilância em saúde, unidades básicas, Programa Médico de Família e Policlínicas, está acontecendo entre os dias 5 e 12 de dezembro a Oficina de Preparação da Atenção Primária à Saúde para a Gestão Local de Desastres Naturais.


Organizada pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) Niterói, pelo Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa em Saúde (NEPPS) da Fundação Municipal de Saúde de Niterói e pela Fundação Estatal de Saúde de Niterói (FeSaúde), a oficina teve sua abertura na última terça-feira, no auditório Antônio Cláudio Nogueira, na Cidade da Ordem Pública Marcus Jardim Gonçalves, localizada no Barreto.


A mesa de abertura contou com a participação da vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família (VIPACAF), Maria Célia Vasconcellos, que lembrou os dez anos da tragédia no Morro do Bumba.

"Eu acho que tem que haver realmente esse encontro, um movimento para que essa discussão avance. A primeira questão é a gente prevenir, nós temos terríveis experiências, não podemos nos esquecer por exemplo do Morro do Bumba que é uma história pra nós que marca a cidade profundamente, era uma tragédia anunciada".


Ela ainda destacou a importância do trabalho do CIEVS, seja na escala municipal, estadual ou nacional. “Permanentemente nós buscamos esse trabalho intersetorial, uma vez que o CIEVS se relaciona com todas as unidades de saúde, gestores e todos os companheiros da Defesa Civil que estão envolvidos na questão de um desastre, isso dá um fôlego muito grande ao nosso trabalho”.


O diretor da FeSaúde, Pedro Lima, lembrou que nos 30 anos de existência do Programa Médico de Família, muitos avanços sobre a questão da vigilância epidemiológica foram feitos por profissionais, que inclusive atualmente fazem parte do CIEVS. Segundo ele, isso será muito importante para poder propor um protocolo padrão de enfrentamento aos desastres naturais.

“Isso nos dá uma robustez para a proposta que para a gente é confortável até. Tem equipes da nova e da velha guarda que estão nas frentes da FeSaúde de 2021 para cá, são trabalhos que se complementam e se acumulam e se reinventam. São 30 anos de uma política exitosa em Niterói, que produz sentido e estarmos reunidos aqui hoje é mais uma demonstração disso”.


A assessora técnica do Conselho Municipal de Saúde, Nathalia Harcar, levantou questionamentos sobre a participação dos moradores das comunidades nesse debate. "Como controle social, é importante que a gente pense na prevenção de desastres através de políticas que visem essas pessoas".

O subsecretário de Defesa Civil, Eric Almeida de Oliveira, explicou que não tem como impedir que os desastres aconteçam, mas que é possível se preparar para lidar com eles da melhor forma possível. “O que a gente vem fazendo é criar capacidade desde o cidadão até a infraestrutura local para que a população se torne cada vez mais resiliente a esses efeitos das mudanças climáticas. A gente não acaba com o risco, essa é uma realidade que a gente tem que ter como base. Ele é um fator inerente à atividade humana, mas a gente diminui os seus impactos, mitiga, capacita e cria planos para diminuir o impacto o máximo possível”.


A coordenadora estadual do ‘VIGIDESASTRES’ Cristina Freire elogiou a ideia do encontro, além de explicar um pouco do processo. “A coordenação é toda feita pela Defesa Civil, mas nós entramos como respondedores da saúde, que assim como a segurança pública, a educação e o serviço social, todas elas compõem um grande sistema com a própria Defesa Civil de resposta e manejamento do desastre, então a equipe que desenvolveu esse encontro está de parabéns. Por que é isso, a gente integra enquanto rede a resposta que a saúde vai dar, mas junto com todos os ponteiros e a sociedade civil”.